terça-feira, 23 de agosto de 2011

Barreirinhas

O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses pode ser considerado um dos lugares mais paradisíacos do Brasil. São quilômetros de areia fina e branca, dunas de até 40m de altura, lagoas de águas cristalinas em tons que variam entre o verde claro e o azul intenso, 70 km de praias desertas, rios, mangues (considerado um dos manguezais mais altos do mundo), comunidades simples e pequenas cidades que foram se estruturando em torno do turismo da região. O Pólo Turístico do parque é formado pelas cidades de Barreirinhas, Santo Amaro, Paulino Neves, Primeira Cruz e Humberto de Campos – dividimos a postagem por cidade.

Pessoas do mundo inteiro visitam e se deslumbram com o raríssimo espetáculo da natureza que encontramos nos Lençóis. As paisagens são de tirar o fôlego (se sobrar algum após a subida de algumas dunas). Em Vassouras (comunidade de Barreirinhas), se você girar 360° do alto de uma duna, pode ter uma idéia do fenômeno que é o ecossistema do lugar – rio, praia, vegetação, dunas, mangue, lagoas, todos avistados de um único ponto de observação. Uma paisagem inigualável.

O que alimenta as lagoas que se formam por entre a imensidão do "deserto brasileiro" é a água da chuva, que cai de janeiro a julho. As lagoas ficam bem cheias até agosto, quando começam a desaparecer, salvo algumas exceções, como as lagoas Azul e Bonita (Barreirinhas) e a lagoa das Gaivotas (Santo Amaro).

Passeios obrigatórios em Barreirinhas: passeio em carros de tração 4X4 para as lagoas Bonita, Azul, da Preguiça, do Peixe, dentre outras, se tiver um bom preparo físico para fazer uma boa caminhada pelas dunas. Passeio de barco (de linha, que sai todas as manhãs da beira-rio, e transporta a população ribeirinha) ou de lanchas alugadas, descendo o Rio Preguiças até Atins (foz do rio), passando (e parando) em São Domingos, Vassouras, Caburé (faixa de areia que separa o rio do mar), Mandacarú (onde podemos subir no farol e ter uma "pequena amostra" da região), Morro do Boi, Alazão, dentre outras comunidades. Podemos também negociar com os barqueiros um passeio para o lado oposto dos passeios tradicionais pelo Preguiças, e conhecer a comunidade Tapuio e adjacências. Também de carro traçado, podemos ir até Cardoza (outra comunidade) e descer o rio em bóias feitas de câmara de pneu de caminhão. Imperdível. E se tiver "bala na agulha", dá pra fazer um sobrevôo panorâmico sobre os Lençóis.

Fizemos ainda (vária vezes, por sinal) o que somente alguns poucos aventureiros encaram - acampamos nas dunas em noites de lua cheia. Não importa o local - Vassouras, Caburé, Atins ou Lagoa da Esperança - dormir e acordar nos Lençóis Maranhenses é privilégio para poucos afortunados.

Retornamos às “cidades do deserto” inúmeras vezes, sozinhos ou acompanhados. Afinal, como se diz por aqui – o Parque dos Lençóis está em nosso quintal. Ô tédio...

DICAS: Aproveitamos melhor os passeios saindo de manhã cedo. O sol é de arrasar – imagine-se andando ao meio-dia na areia quente, no meio do deserto. O por-do-sol é também maravilhoso. JAMAIS esquecer protetor solar, chapéu ou boné, óculos escuros e água. Garantimos que qualquer esforço vale a pena.

Se estiver de carro próprio, sair de São Luís pela BR 135, depois seguir pela MA 110 e BR 402 até Barreirinhas (existem placas indicando). Atenção para animais soltos na estrada. Praticamente todas as agências de turismo em São Luís oferecem esse pacote.

Sugestões gastronômicas: peixe grelhado na barraca de D. Graça (Vassouras); galinha caipira no restaurante de D. Vitória (São Domingos) ou no restaurante do Zé Orelha (Tapuio); camarão grelhado no restaurante da Luzia (Atins); camarão da Malásia recheado no restaurante Flutuante (São Domingos). Se estiver com pressa, restaurante self service Tá Delícia - comida caseira e sorvete de frutas regionais, no centro de Barreirinhas (Travessa Vereador José Diniz).

Prepare-se – Barreirinhas é uma cidade cara, com fraquíssima infraestrutura de serviços, mas razoavelmente bem servida de hotéis, pousadas e resorts. Não adianta fazer pesquisa de preços dos barcos e/ou carros com tração para fazer os passeios – virou cartel. São as agruras do paraíso...


Na estrada, a caminho de Barreirinhas, uma paradinha para se refrescar. Deixamos os carros no acostamento e descemos para amenizar o calor

Em Barreirinhas, aguardando o barco. Já descemos o rio Preguiças de todas as formas: de lancha, barco de linha, "voadeira". Aqui, prestigiando uma excursão para Atins organizada por alunas do curso de Turismo


Rio Preguiças

Atravessando o mangue pelos "furos"


Avistando as primeiras dunas que margeiam o Preguiças


Morro do Boi


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A caminhada sempre vale a pena. E o vento ajuda bastante. Mas, cuidado - os ventos amenizam o calor, mas o sol continua castigando. É aconselhável fazer reposição de protetor de vez em quando


Lagoa Azul, mesmo sendo verde


De junho a agosto não precisamos andar nem cinco minutos para encontrar uma lagoa em Vassouras



Fotos das lagoas começando a secar. Em um mês, voltando aqui, só encontramos areia





Em algumas dunas (as mais altas e próximas) são disponibilizadas cordas para ajudar na subida. Aqui, meu cunhado Jorge, irmão de Luiz


Mandacarú, onde podemos subir no Farol Preguiças


Vista do farol


Jorge e Luiz no farol


Não é fácil descrever a delícia de um banho desses, após uma caminhada pelas areias


Mesmo sendo alimentadas pela água das chuvas e passarem meses sendo simplesmente areia, essas lagoas abrigam inúmeros peixes. Segundo estudiosos do assunto, os peixes enterram as ovas na areia, que esperam as chuvas recomeçarem para "renascer"


Farra no barco para Atins, na foz do rio Preguiças


A chegada em Atins é sempre complicada. Aqui, "ajudando" o barco a chegar, pois a maré estava baixa e podíamos ficar encalhados


Em Atins, desembarcamos na praia e tivemos que seguir viagem a pé. Ainda bem que sempre chegamos à noite, e a caminhada na escuridão é menos penosa que debaixo do sol quente. Ainda mais carregando mochila, barraca de camping...


Luarada em Atins


Nosso grande amigo Helen, na barraca da Luzia (Atins), onde ficamos acampados quase em frente. O camarão da Luzia é obrigatório. E famoso!


No barco fretado, rumo a Caburé


Helen, como sempre, pediu p/ pilotar. Na primeira viagem p/ Santo Amaro, também nos Lençóis, dirigiu o trator. Ainda bem que não fizemos o sobrevôo...


Desembarcando em Caburé, prontos para armar acampamento


Caburé é uma faixa de areia que separa o rio Preguiças e o mar. As barracas quase levantaram vôo e fomos obrigados a transferir o acampamento para uma palhoça de pescador abandonada. Luiz e Abmalena (na foto) ainda tiveram que forrar as "paredes" da palhoça com as nossas roupas, pois o vento lá dentro balançava as redes


Dentro da palhoça couberam as três barracas e as 4 redes


Uma das praias da região


São 70km de praias desertas. Aqui, Jorge se esbaldando em uma delas


Em Vassouras, onde podemos comprar artesanato feito de fibra de buriti, além de descansar, comer peixe fresquinho, pescado quase na hora, e uma cervejinha gelada, é claro. Que vida dura, hein, Jorge?


Às vezes o passeio se torna difícil mesmo. Aqui, uma cena comum na trilha para as lagoas


Passamos 2 dias na barraca do Baiano, em Vassouras. Nosso café da manhã? Peixe. Almoço? Camarão. Jantar? Muqueca de arraia.


Em frente à barraca do Baiano, que infelizmente foi embora dos Lençóis. Mas a barraca permanece lá, só mudou de dono


Foto histórica que não se repete mais: Cláudia Rejane,Cleides, André (ex-Cláudia), Cirana, Luiz, D. Graça (a cozinheira, que já possui sua própria barraca), Abmalena, Alfredo (ex-Abmalena). Sentados: Helen, Baiano, Isanda e Sílvia Helena. Só estava faltando Andréa e Hertz, que foram para Brejo, e Ana Joana, que estava morando em Teresina


Por-do-sol em Vassouras


Outro ângulo do rio no povoado São Domingos


Um dos modelos de embarcação que cruza o rio Preguiças o dia inteiro. Aqui com seu Correia, Isabel e Carla - pai, madrasta e irmã de Luiz


Luiz com o pai e Isabel na beira-rio de Barreirinhas


Duna no meio da cidade de Barreirinhas. A alguns anos era altíssima. Nesse ritmo, em poucos anos não vai sobrar nada. A cidade cresceu de forma desordenada e predatória


Exaustos, depois de comer uma galinha caipira ao molho pardo no restaurante da D.Vitória, em São Domingos, na beira do rio Preguiças


Outro ângulo do restaurante de D.Vitória


Vista do Flutuante, outro restaurante do povoado de São Domingos, onde servem o camarão da Malásia, espantosamente graúdo


Farra com os amigos de rally no restaurante do Zé Orelha, na comunidade Tapuio


Nesse dia, o restaurante era "só nosso"


O filho de Zé Orelha é cantor e animou ainda mais a festa


O sol já estava se pondo e continuávamos tomando banho no rio Preguiças. Levamos até uma mesa pra dentro d'água


Perdemos a conta de quantas vezes visitamos as cidades encravadas nos Lençóis. Sempre valeu a pena. Podemos até voltar pra casa cansados, mas sempre revigorados, sonhando com o retorno a esse paraíso exuberante e exclusivo

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