sexta-feira, 31 de maio de 2013

Bahia - passagens rápidas

Uma das grandes vantagens de viajar de carro é que, muitas vezes, entramos em cidades ou vilarejos guiados unicamente pela curiosidade. Ou paramos somente por achar o lugar simpático. Toda viagem exige um planejamento prévio que envolve principalmente tempo e dinheiro. Nossas viagens começam sempre com um minucioso planejamento, mas não somos radicais. Ao contrário, somos extremamente flexíveis. Vamos incorporando passeios e visitas no transcorrer da viagem, mesmo que seja somente para passar um dia ou uma tarde.

Nunca nos arrependemos de "estrangular" um pouquinho o tempo. Conhecemos lugares lindos. Nesta postagem, selecionamos algumas visitinhas irresistíveis e inesquecíveis quando realizamos a Expedição Bahia (2006).

Macajuba

Entramos na Bahia por Juazeiro. Depois de pernoitar em Senhor do Bonfim, uma paradinha rápida para "esticar as pernas"


Como não parar num lugar desses?

Ruy Barbosa

Cidadezinhas típicas do sertão nordestino. Em Ruy Barbosa ganhamos até um cacho de ouricurí, um coco típico da região. Está localizada no sopé da Serra do Orobó, onde está a segunda melhor rampa natural do norte/nordeste para salto de asa delta (dizem)

Cruz das Almas

A melhor laranja da Bahia. Não resistimos e paramos pra tomar "aquele" suco. Deliciosamente refrescante

Itabuna

Parada obrigatória em Itabuna, a terra natal de Jorge Amado. Recomendamos

O casarão é todo de pedra MESMO. E a comida é deliciosa. Além dos serviços de restaurante (café da manhã e almoço), são comercializados produtos orgânicos

Prado

Passamos rapidamente por Prado (ficamos somente uma tarde), mas suficiente pra fazer amizade com Marinalva, uma senhora simpaticíssima, dona do Muqueca Baiana Bar (próximo à rodoviária), onde paramos para uma cervejinha. Na volta de Caravelas / Arquipélago de Abrolhos, paramos novamente para dar um abraço em Marinalva. Na próxima vez que passarmos pelo litoral sul da Bahia, a parada em Prado será obrigatória e bem mais longa. O tempo estava se "apertando" e decidimos abreviar a estadia em algumas cidades já previamente escolhidas. Lamentavelmente, Prado foi uma delas. Nos arrependemos até hoje...

Valença

Aqui deixamos o carro e pegamos um barco para Morro de São Paulo. Valença, mesmo sendo a maior cidade da Costa do Dendê, é tão tranquila que deixamos o carro na rua mesmo

Morro de São Paulo

Deixamos o carro em Valença e seguimos de barco rumo a Morro de São Paulo, vilarejo localizado na ilha de Tinharém, e um dos destinos mais cobiçados e badalados da Costa do Dendê. Ficamos o dia inteiro

As ruas do vilarejo não são calçadas, o estilo rústico-chique e a proibição de tráfego de automóveis (existem carroças, ou charretes, para deslocamentos) garantem um charme todo especial. Mas é um lugar caro. Prepare os bolsos. O turismo internacional é intenso, o que onera bastante a visita


Conversando com um nativo, soubemos que os restaurantes possuem 3 cardápios: um pra turistas na alta estação, outro pra estrangeiros e um outro pra baixa estação. Ressaltando que os preços são diferentes de acordo com o freguês e a época e igualmente caros. Decidimos comer na "periferia" - região de moradia dos nativos, uma espécie de vila alternativa ao espaço caríssimo destinado aos visitantes


A ilha também é famosa pela azaração e badalação



As praias são chamadas de Primeira Praia , Segunda Praia (as mais badaladas e frequentadas, onde encontramos maior número de bares e restaurantes) Terceira Praia, Quarta Praia (mais distante e bem mais tranquila)

Forte, de onde temos uma vista fantástica da ilha

Aqui ficamos por algum tempo observando a brincadeira dos golfinhos

Barra Grande

Deixamos o carro num estacionamento em Camamu e pegamos um barco para a maravilhosa e inigualável Barra Grande. De barco, uma hora e meia de travessia. De lancha, somente meia hora. É só "desembolsar" a diferença de uma hora

A ilha é bem rústica, as ruas são de areia, não existe iluminação pública e os serviços são escassos. Não possui agências bancárias nem caixas eletrônicos, inclusive

Não deixe de visitar o Pacienarte, um centro de cultura e arte onde são comercializadas peças exclusivas (e lindas!). Sugerimos também o sanduíche do McDidi. Sem dúvida, os sanduíches mais gostosos de toda a Península de Maraú

Praia das Mangueiras (só haviam coqueiros, mas tudo bem), área de desova de tartarugas marinhas. As praias não possuem iluminação artificial. As poucas lâmpadas estão de costas para o litoral, para não desorientar as tartaruguinhas a caminho do mar

Por causa da falta de iluminação, tivemos o prazer e a honra de ver o céu mais estrelado que já vimos na vida. Parecia um imenso tapete celestial. Não cansávamos de olhar o céu. Deslumbrante é pouco para adjetivá-lo. Ficamos dois dias

Saboreando uma muqueca no restaurante de Dona Senhora, depois de um mergulho na praia de Taipus de Fora

Mar Grande / Ilha de Itaparica

A ilha de Itaparica, terra do escritor João Ubaldo Ribeiro, é a maior das 45 ilhas que compõem a Baía de Todos os Santos, e a maior ilha marítima do Brasil. Está dividida em dois municípios - Itaparica, onde está a única fonte de água hidromineral a beira mar das Américas, e Vera Cruz, que ocupa 87% da ilha, e cuja sede recebeu o nome de Mar Grande, onde pernoitamos

Foi a primeira vez que vimos um município possuir a zona urbana com outro nome. O nome Vera Cruz, na verdade, só existe nas placas da prefeitura. Na prática, é Mar Grande mesmo. E existem ainda locais na ilha com nomes bem curiosos, como Cacha Pregos, Bom Despacho, Porrãozinho...

Deixando a ilha de Itaparica. Em Mar Grande fica o atracadouro onde pegamos o ferry boat para Salvador

Atravessando a Baía de Todos os Santos, avistando a capital baiana. Vimos as luzes de Salvador enquanto fazíamos um lanchinho na noite anterior

Praia do Forte

Linda e tão cara quanto Morro de São Paulo. Só pra ter uma ideia, recebemos troco em dólar! O dono do estabelecimento não possuía nenhuma nota em real. É mole? Ficamos somente um dia

A vila é charmosa, elegante e descolada.

Resquícios da antiga vila de pescadores - Capela de São Francisco de Assis em frente à Praia do Porto, onde ficam ancorados os barcos de pesca

A vida noturna é bastante diversificada: piano-bar, boates, casa de tango... De culinária baiana à gastronomia internacional, Praia do Forte é repleta de restaurantes, cafés, delicatessens e, é claro, tabuleiros de acarajé nas calçadas

Ossada de uma baleia em exposição na frente da sede do Projeto Tamar (projeto de proteção das tartarugas-marinhas)

É um vilarejo impecavelmente limpo e organizado, rústico e sofisticado, com ofertas de luxuosos resorts (inclusive com campo de golfe), pousadas estilosas, albergue, e com vida noturna agitadíssima. Vale a pena conhecer

Costa do Sauípe

Entrada do super chique conglomerado de hotéis, pousadas e resorts de Sauípe. Aqui paga-se uma taxa  (passaporte de lazer) para ter acesso e conhecer o paraíso dos endinheirados. Decidimos não entrar nessa "ilha de Caras"

Conde

Uma das arborizadas e bem cuidadas ruas de Conde, cidadezinha localizada na Linha Verde (162 km de Salvador), onde pernoitamos. O município é Conde, a sede municipal é Vila do Conde, e a região turística é Sítio do Conde

Praia em Sítio do Conde

Tomamos nosso café da manhã na praia. Uma bela maneira de começar bem o dia e seguir viagem em busca de outros pequenos paraísos

terça-feira, 14 de maio de 2013

Ilhéus

Na terra onde Gabriela enfeitiçou o turco Nacib com seu cheiro de cravo e canela, nossa estadia, infelizmente, foi muita rápida. Praticamente não conhecemos a parte mais moderna da cidade - Ilhéus é dividida em parte histórica, muito bem conservada por sinal, e a parte repleta de prédios e condomínios.

Outra coisa que nos surpreendeu foi o tamanho da cidade. A herança do cacau, fruto responsável pela riqueza da região, inclui desenvolvimento, casarões e palacetes em estilo neoclássico erguidos pelos coronéis do cacau, e um sem número de enormes fazendas de cacau abertas a visitação pública atraindo centenas de turistas.

Hoje, a cidade praticamente vive do turismo - é o terceiro maior pólo turístico da Bahia, atrás somente de Salvador e Porto Seguro. Os antigos pontos de encontro dos ricos comerciantes e coronéis do cacau continuam de pé - o Bar Vesúvio e o Cabaré Bataclan. Além da riqueza advinda do "fruto de ouro", Ilhéus possui praias lindíssimas, de águas esverdeadas.

Deixamos Ilhéus com a sensação de devedores. Da próxima vez, ficaremos mais tempo, com toda a certeza. A propósito, dentre todos os lugares por onde andamos, Ilhéus está entre os pouquíssimos na lista de "lugares pra onde poderíamos nos mudar".

Só pra quem pode: tomar uma cervejinha no Bar e Restaurante Vesúvio em companhia de Jorge Amado. De acordo com o brilhante escritor, foi no Vesúvio que Gabriela seduziu Nacib e toda Ilhéus

Catedral de São Sebastião

Preguicinha depois de saborear um crustáceo chamado lambreta na orla de Ilhéus. A gastronomia local é basicamente de frutos do mar




Centro comercial. Por ser sábado à tarde, várias lojas estavam fechadas. Ao fundo, a prefeitura

Não poderíamos deixar de visitar Ilhéus sem comer chocolate, produto derivado do cacau, fruto que fez a riqueza e a fama da cidade. Esta é considerada a primeira fábrica de chocolate artesanal do norte/nordeste, construída em 1985 nos moldes de um chalé suíço

terça-feira, 7 de maio de 2013

Cachoeira do Boqueirão / Jaburu - Morros

A cidade de Morros (100 km de São Luís) surpreende os visitantes com inúmeros atrativos naturais. Além dos rios Una, Munim, Quebra Anzol, Cachoeira do Arruda, todos já postados neste blog, existe ainda a Cachoeira do Boqueirão, no povoado Jaburu. A cachoeira está localizada em área do município de Icatu, mas o melhor acesso é por Jaburu. Provavelmente por causa disso quase todo mundo se habituou a chamá-la Cachoeira do Jaburu, em Morros.

A primeira vez em que fizemos esse passeio foi num dia de sábado, e esse pequeno paraíso era praticamente só nosso. Quando retornamos, num domingo, quase não conseguimos um cantinho para ficar. Não temos certeza se todos os domingos o lugar fica lotado. Precisamente nesse dia havia uma excursão de um grupo de evangélicos. Como o acesso atualmente não é difícil, achamos pouco provável que nos fins de semana e feriados a cachoeira ainda permaneça semi deserta.

O que importa é que, com ou sem muita gente, a cachoeira do Boqueirão é uma delícia. Em alguns meses do ano o volume de água é bem maior e ela fica ainda mais bonita. O laguinho formado pela cachoeira possui água cristalina e de temperatura agradável, e o fundo é de areia branca e fina. Vale a pena conhecer.

Dicas:
Como chegar - após a cidade de Morros, seguir mais 30 km na direção de Barreirinhas. Entrar à esquerda, no povoado Jaburu, e seguir mais 7 km por uma estrada de terra, de conservação razoável. Há um pequeno trecho com erosão quando nos aproximamos da cachoeira. Mas carro sem tração passa sem problemas.

Leve seu piquenique, sua churrasqueira, sua bebida, enfim, leve seu rancho. Não existem bares ou restaurantes no local.

Povoado Jaburu


Cachoeira do Boqueirão


Teste de equilíbrio pós-cerveja. E não caiu

É um pequeno oásis escondido no meio da mata



Rielle, nossa "violeira"