sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Lagoa da Lúcia - acampamento de aniversário

Enquanto o dia 15 de novembro significa feriado da Proclamação da República do Brasil, para nós a data é sinônimo de comemoração - do nosso aniversário. Estamos juntos há onze anos construindo uma vida simples e feliz, e sempre fazendo uma das coisas que mais gostamos na vida - viajar. Até aqui, visitamos 204 locais diferentes, retornando várias vezes a vários desses lugares. Neste ano, decidimos passar nosso aniversário acampando na Lagoa da Lúcia, povoado pertencente ao município de São Benedito do Rio Preto, há 245 km de São Luís.

No Maranhão não existem áreas de camping estruturadas, como as que vemos nas regiões sul e sudeste do país. Os campings mais próximos de nós estão no Ceará, nosso próximo destino após as festas de fim  de ano. Por aqui praticamos o chamado camping selvagem - o que está cada vez mais complicado, devido à crescente violência decorrente do uso do crack, que está assolando de forma assustadora as cidades do interior. Para acamparmos com tranquilidade precisamos de uma certeza prévia de que o local tem um mínimo de segurança. Soubemos que a Lagoa da Lúcia ainda é tranquila e decidimos estão conhecê-la.

A lagoa mesmo fica a poucos metros do povoado Lagoa da Lúcia. Existe somente uma barraca vendendo comida e bebida. O dono, Alcir, é extremamente atencioso, assim como sua esposa, Aparecida. O casal, as filhas pequenas, Yasmim e Ana Paula, e o cachorro Boneco dormiram na barraca para assegurar que ninguém "mexeria" com a gente. Segundo eles, nunca houve qualquer incidente desse tipo, mas como existe sempre uma primeira vez... 

Mas tudo aconteceu de forma extremamente tranquila. A lagoa é maravilhosa, a água é cristalina e de temperatura agradável. Passávamos o dia ouvindo música, tomando banho, cerveja e ice, e observando a movimentação nativa - muito pequena, por sinal.

Vamos ao registro fotográfico do dia-a-dia da Lagoa da Lúcia.

Dicas:
Como chegar: existem duas maneiras de chegar à Lagoa da Lúcia. Para quem curte uma aventura off road, existe uma trilha que começa em Morros (100 km de São Luís, MA-110). Ainda não fizemos esse percurso, portanto, fica difícil, por enquanto, dar maiores informações. A outra forma é pelo asfalto mesmo. Saindo de São Luís, BR-135 até o entroncamento de Itapecuru-Mirim (116 km), e continuar pela BR-222. 32 km depois de Vargem Grande, seguir pela MA-224 até São Benedito do Rio Preto (40 km). De São Benedito até o povoado Lagoa da Lúcia são mais 30 km por uma estrada de piçarra em bom estado de conservação. Na cidade, qualquer pessoa informa a direção do povoado.

Alcir: (98) 9962 0780. Você pode ligar e encomendar o almoço, se preferir. A galinha caipira (60,00) e o capão ao molho pardo (70,00) são de comer rezando! A cerveja (garrafa) custa 5,00.


De São Benedito do Rio Preto até o povoado Lagoa da Lúcia são 30 km de estrada de piçarra em bom estado de conservação


Alguns banhos na beira da estrada

Povoado Lagoa da Lúcia

Do povoado à lagoa, a distância é bem pequena e o caminho é de areia, mas dá pra passar carro sem tração - depende do motorista

Lagoa da Lúcia

Boa parte das fotos são registros do cotidiano que pudemos observar nos 3 dias em que ficamos acampados em frente à lagoa



Barraca do Alcir


Durante os dias em que passamos lá, somente uma vez - no feriado - haviam toyotas fretadas vindas de povoados e/ou cidades  vizinhas


A galera se arrumando pra ir embora

Logo atrás da vegetação está o povoado. A areia fica mais fofa depois que passamos por esse "corredor" de mato







Escolhemos esse espaço para armar nossa barraca


Essa é a vista que tínhamos do local onde acampamos


Assento natural

Armando a barraca antes que a preguiça tomasse conta da gente. Assim que chegamos, fomos direto tomar banho, depois "começamos os trabalhos" (tradução: abrimos a cerveja)








Luiz estacionou o carro o mais próximo possível da barraca, para que pudéssemos ouvir nossa música sem aumentar demais o volume e comprometer a paz daquele lugar

E também pra não ficarmos distante da nossa tranqueira






Essa estrada dá acesso a várias cidades: Barreirinhas, Morros, Lagoa do Cassó, e várias outras onde podemos encontrar rios e lagoas excelentes (todas já postadas neste blog)


E essa dá acesso ao povoado. Próximo à lagoa a areia não é tão fofa

Muito comum pessoas carregando feixe de palha, material que cobria grande parte das casas

A lavagem de roupas era diária

Mulheres e crianças vinham sempre no início da manhã, no final da tarde ou à noite lavar louças, panelas  e roupas

Algumas pescavam


Aquele portava uma espingarda. A caça também é muito comum

Esse grupo se distanciou e fez seu piquenique enquanto jogava uma pelada na beira da lagoa

Será que está relaxado?


Nosso camping selvagem reservado e discretíssimo







Difícil é querer sair...

Aqueles trouxeram a cerveja de canoa. Bem mais fácil. Fato curioso: uma lagoa como essa e o contingente de visitantes é mínimo

Essa turma estava só de passagem

Capão ao molho pardo preparado por Aparecida, mulher de Alcir. Aproveitamos o arroz e a farofa do nosso churrasco (trazidos de casa) e saboreamos essa maravilha. Quando acampamos, levamos tudo com a gente, é claro. Mas preferimos doar o que trouxemos e aproveitar a culinária local

Gula tem que ser mesmo um pecado? Cadeira cativa no inferno...





Sem comentários






Começando a preparar o café

Em agradecimento a atenção recebida, decidimos oferecer um café da manhã à família de Alcir. Mesmo tendo levado de casa, Luiz comprou pão fresquinho produzido na comunidade





Acho que não poderíamos ter escolhido lugar melhor pra armar a barraca






Café da manhã com gostinho de despedida. No domingo de manhã começamos a desarmar acampamento. Bem devagarzinho...

Até a próxima, divina Lagoa da Lúcia. Foi um aniversário e tanto!