sábado, 27 de agosto de 2011

Aldeia Hippie / Arembepe

Tivemos uma experiência no mínimo inusitada em 2007 – conhecemos a última aldeia hippie do Brasil, em Arembepe (Linha Verde / Costa do Dendê), na Bahia. Famosa por ter recebido visitas ilustres, como Janis Joplin (que ficou alguns dias) e Mick Jagger no auge do movimento hippie, hoje a aldeia tornou-se ponto turístico (ou seria melhor dizer ponto de curiosos?) da cidade de Arembepe – muito lindinha, por sinal.

O que nos chamou atenção em Arembepe, inicialmente, foi a existência de um lugar tão tranqüilo, pacato e barato numa região de turismo internacional intenso, tão próximo da efervescência e violência de Salvador (47km). Conversando com os nativos, entretanto, soubemos que durante a alta estação (3 meses por ano) a cidade se transforma, e vira um caos. Uma multidão de turistas “invade” a pequena cidade em busca de suas belíssimas praias (que formam piscinas naturais na maré baixa) chegando de carro próprio ou em dezenas de ônibus de excursões. A cidade, que está muito mais para vila, não comporta tanta gente, obviamente, e as coisas se complicam. Pequenos hotéis, restaurantes e lojas de artesanato sobrevivem o ano inteiro com os lucros desses únicos 3 meses. Durante todo o resto do ano, a tranqüilidade e a pasmaceira vigoram. E é essa a hora de conhecermos Arembepe. Acho que já deu pra perceber que fugimos de multidões e confusões com todo cuidado, pra não errar.

Uma das bases do projeto Tamar (projeto de preservação das tartarugas marinhas que desovam na costa brasileira) está em Arembepe. Aliás, a única base cuja entrada é gratuita – conhecemos outras bases do projeto, em Aracaju (SE) e Praia do Forte (BA). A de Arembepe está localizada a meio caminho da aldeia hippie.

Aliás, fomos recebidos com festa pelos hippies. Em outra postagem deste blog (ver Arraial D’Ajuda), falamos do recado (gravado) de um casal de hippies super simpático e hospitaleiro que seria levado por nós aos donos do Rancho Janis Joplin, Alceu e Desirèe. Recado dado, alegria, emoção e festa. Outros hippies juntaram-se a nós, alguns trazendo instrumentos musicais, e varamos a noite cantando e dançando, ao som de violões, flautas, gaitas e atabaques. Ficamos por lá mesmo.

DICA: Em Arembepe, Pousada Dona Maria, em frente à praça central da cidade. Maria da Piedade, a proprietária, é uma senhora muito simpática, uma pessoa linda com uma história incrível, mas não estamos autorizados a publicar





Vista geral de Arembepe





Na maré baixa surgem as piscinas de água salgada, maravilhosas





Um dos tanques do Projeto Tamar





Haviam inúmeras tartaruguinhas recém-nascidas





Entrada da aldeia hippie. Ao fundo, a Linha Verde


Entrada do Rancho Janis Joplin, onde podemos comprar cerveja (somente em lata) e comer peixe frito, cozido ou grelhado. É o "bar" da aldeia. E também a casa mais antiga, onde a inesquecível Janis ficou hospedada





A aldeia está localizada entre o mar e um rio. Local privilegiado





Vista de cima de um morro de areia





Fundos do rancho. A maioria das casas possui essas garrafas nas paredes para facilitar a iluminação interna. A aldeia não possui luz elétrica nem água encanada






Existem vários modelos de casas






Comendo um peixinho frito feito por Desirrè, esposa de Alceu, donos do rancho






Festinha à noite para comemorar nossa chegada





De vez em quando repetíamos o recado no gravador, para ser ouvido mais uma vez, a pedido de Alceu





Alceu soltou a voz, cantando inclusive composições de sua autoria. Gravamos tudo






Com um dos filhos





Deixando a aldeia, cheios de saudade. E prometendo voltar






Energizadíssima

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Museu Brennand / Recife


Estando na cidade de Recife, um passeio pra lá de interessante é conhecer a Oficina de Cerâmica Francisco Brennand, um espetacular conjunto arquitetônico de grande originalidade e rara beleza.

Francisco Brennand, artista pernambucano conhecido como “Mestre dos Sonhos”, transformou, com o apoio da CHESF, as ruínas da antiga olaria fundada por seu pai em 1917, em um museu a céu aberto de beleza única. Transformada em oficina desde 1971, o artista expõe seus trabalhos em enormes galpões e monumentos com temas fantásticos ao ar livre, transformando o espaço num inusitado museu, numa área de 15 mil metros quadrados, no bairro histórico da Várzea, cercada por remanescentes da Mata Atlântica e pelas águas do Rio Capiberibe.

As obras de arte da parte interna, quadros e esculturas fálicas, são proibidas aos flashes. A obra do artista – desenhos e pinturas, arte em cerâmica – associa-se à arquitetura para dar forma a um universo dionisíaco, sexual e religioso. Erotismo, formas inusitadas e nada convencionais, seres mitológicos, mulheres disformes são uma constante no trabalho de Brennand.

Alguns objetos utilitários em cerâmica são colocados à venda, como porta-jóias, potes, cinzeiros, fruteiras, pratos, tigelas, travessas, copos e porta-guardanapos, dentre vários outros. 

O museu não se descreve. Visita-se. Vale a pena conferir.


DICAS: Acesso pela av. Caxangá (Várzea) – 16km. Horário de visitação: segunda à quinta, de 8:00 às 17:00; sexta, das 8:00 às 16:00; não funciona aos sábados, domingos e feriados.






Jardins do museu


Entrada do salão principal, onde ficam expostas esculturas menores e quadros. Não é permitido fotografar a parte interna do museu






Pátio interno


Outro ângulo dos jardins. Ao fundo, o salão principal




O museu é o resultado de anos de trabalho intenso e obstinado do artista



A grama parecia um tapete



O que dizer sobre esse pátio?




O cisne negro é uma das atrações




Cada espaço que conhecíamos nos deixava ainda mais estupefatos. São lindíssimos

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Expedição Lagoa da Esperança

Quando achávamos que não poderíamos ver lagoas tão lindas quanto as de Barreirinhas, Santo Amaro ou Paulino Neves, ficamos perplexos diante da Lagoa da Esperança. Imensa e de beleza singular, é uma lagoa quase exclusiva devido ao difícil acesso (as imagens dispensam explicações). Está localizada entre Santo Amaro e Barreirinhas. Conhecemos em companhia do pessoal do Jipe Clube de São Luís. Em uma de nossas idas (2008), inclusive, fomos para comemorar o aniversário de 12 anos de fundação do Jipe Clube.

“Descoberta” por um trilheiro / jipeiro – que construiu uma casa de veraneio às margens da lagoa – a comunidade próxima não possui luz elétrica (e nem sonha com isso), e vivem de forma rústica e praticamente isolada. Levamos desde água potável a gelo, comida, bebida, remédios, e tudo o mais que pudéssemos precisar num lugar onde não havia como pedir socorro, se algo nos faltasse.

A primeira vez em que fomos à Lagoa da Esperança foi também minha primeira vez como navegadora, e me saí muito bem (acho). Em todas as ocasiões tivemos como apoio a casa de veraneio citada (a parte externa, que incluía 2 banheiros e uma “cozinha de área de churrasco”), o que foi providencial. E como chegar até lá é trabalhoso, sempre ficamos 2 ou 3 dias. Até a "vida real" nos chamar de volta...

A propósito, o vídeo postado (ver Nossos Vídeos) que mostra uma caminhonete azul atravessando um rio e uma ponte quebrada e alagada,  somos nós em uma das aventuras de volta da Lagoa da Esperança. Filmado por Jeanne e Cláudio Cordeiro, atual presidente do Jipe Clube de São Luís.


Entrando na trilha. Como sempre, o início é muito fácil e tranquilo


A trilha começa a "arrochar" e, em compensação, ficar mais bonita


Havia muita água no caminho


Tivemos que atravessar um rio



Passamos por inúmeros trechos como esse - cheios d'água. E às vezes o fundo não era de areia durinha, e sim, lama, o que dificultava muito a passagem


A trilha alternava trechos alagados e outros de areia. Muito bonitos



Esse trecho de cajueiros é lindíssimo. Passamos por dentro, e ainda demos uma paradinha para pegar alguns


Adoro essa foto


Aqui, o carro caiu num buraco submerso, que piorou depois da passagem dos carros


A água invadiu o carro


Ainda bem que os sanduíches estavam em saco plástico, pois estavam boiando no banco de trás


Esse pifou dentro d'água, teve que ser puxado pra fora e depois empurrado, pra dar espaço para outros carros poderem passar


Jipe Troller conduzido por Derliane Garcêz, primeira mulher presidente do Jipe Clube de São Luís


Esse jipe JPX é de uma potência incrível. Nunca precisou ser puxado ou empurrado. Pena que a fábrica fechou


Enfim, chegamos ao nosso destino depois de quase 4 horas de trilha


Haviam 2 quiosques de apoio. O maior deles foi transformado em "espaço de convivência"


Alguns ângulos do nosso paraíso


Como falamos anteriormente - imensa e linda!



A farra - merecida - durava o dia todo


Área das barracas. Haviam inúmeras em torno do "quiosque de convivência"



Essa era a paisagem quando abríamos a porta de nossa barraca


Por-do-sol que "acontecia" na frente da nossa barraca


Bate-papo ao som de reggaes antigos, levados pela jipeira Derliane


Luiz remando o caiaque registrou essa foto do meio da lagoa


Esse barco estava ancorado por lá e a galera aproveitou pra dar um passeio e tentar descobrir a extensão da lagoa


Nosso acampamento, visto da lagoa


Nosso acampamento, visto de cima das dunas


Outro ângulo da lagoa, vista de cima das dunas


As nuvens anunciaram que viria chuva forte, e armamos as barracas fora do terreno que, certamente, iria encharcar. De fato, durante a noite desabou uma senhora chuva


No dia seguinte uma pessoa da comunidade próxima veio avisar que um dos rios transbordou com a chuva e não havia como passar. Abandonamos a planilha da trilha e o assunto era - por onde voltar?


Uma foto na saída para registro


Levantamos acampamento e partimos para a "nova trilha". Aqui, uma estrada de água


Aqui, a água subiu o capô, mas não inundou o carro. Da outra vez, o problema foi ficar parado, atolado, sem conseguir impedir qua a água entrasse


Registraram o momento em que quase perdemos a placa do carro



Quando passamos por essa ponte e vimos o rio lá embaixo, convidativo, não resistimos. Aliviados depois do sufoco, decidimos relaxar. Aqui, Luiz se jogando da ponte


Comemorando o passeio. Um sucesso. Como sempre