No município de Vargem Grande, 167 km de São Luís, na estrada que leva à cidade de Chapadinha (mais 18km pela BR-222), está localizada a Fazenda Vale Verde.
Visitamos a fazenda inúmeras vezes. Embrião de Hotel Fazenda, a Vale Verde se tornou um projeto dos proprietários, nossos grandes amigos Alberto e Cristiane, e exemplo de respeito ao meio ambiente e à dignidade humana. Isso porque a Vila Ribeiro, comunidade próxima, foi favorecida de inúmeras formas - o contrário do que acontece normalmente em situações semelhantes. E não estamos aqui falando de assistencialismos.
A área anteriormente devastada passou por um processo de reflorestamento, ou "reconstrução natural", captaneada cuidadosamente e de forma obstinada por seu Manoel, pai de Cristiane, também proprietário. Foi ele, aliás, o responsável por transformar a Vale Verde em modelo de preservação e torná-la referência.
Lamentamos profundamente a venda da Fazenda Vale Verde, ocorrida há alguns meses. Incidentes violentos ocorridos nas imediações preocupou os proprietários. Principalmente porque os pais de Cristiane, seu Manoel e Jesse, estavam morando na fazenda. Ficaram apenas as lembranças dos diversos passeios que fizemos à Vale Verde, e os inúmeros eventos dos quais participamos.
Esta postagem é, na realidade, uma homenagem à Fazenda Vale Verde e àqueles que a tornaram inesquecível. Fica aqui nossa saudade, que tentamos traduzir em fotos.
Pose de caçador na varanda da "casa grande", como eu chamava a casa-sede da fazenda
Com Helen e Cristiane. Foto de Isabel Medeiros
Passeios à cavalo, uma das inúmeras atividades de lazer
Pescando o jantar. À noite, fizemos churrasco de peixe
Vale ressaltar que na fazenda existia também a Cabanha Mesquita, um plantel de carneiros e ovelhas de primeira linha. Aqui, os inúmeros animais se recolhendo, no final da tarde
Foto surreal no espaço da cabanha. O carneiro com a cabeça dentro do pneu não é montagem - foi pura coincidência
A água parece um espelho das palmeiras
Com meus pais, que também visitaram (e adoraram) a Vale Verde
Fazendo trekking na mata, ainda dentro da propriedade. No meio da trilha (de 4 horas) encontramos pegadas e tocas de animais, além de alguns igarapés de águas limpíssimas. Aqui, matando a sede nas águas avermelhadas da Vale Verde
Se refrescando em um dos igarapés
Em abril de 2004 aconteceu a Oficina de Extensão em Turismo Rural na Vale Verde, com os alunos do curso de Turismo da faculdade onde Cristiane se formou - hoje, Cris é turismóloga e professora universitária, além de escritora (e artesã nas horas vagas)
Dentre as inúmeras atividades coordenadas por Luiz, Bia e Édson (professores responsáveis pelo evento), os alunos fizeram o trekking na mata
Quando finalmente saíram da mata já era noite. Adoraram a aventura
A noite foi animada por um Tambor de Crioula e repentistas da região. Cerca de 40 alunos participaram da oficina. O saldo foi pra lá de positivo
Luiz, Isabel e Cristiane "construindo" a primeira cabana para hóspedes do que seria o Hotel Fazenda. As cabanas seriam batizadas de acordo com os elementos da natureza. Aqui, a cabana Fogo
Cabana Fogo finalizada, à beira de um dos açudes. Papai se recusou a dormir na "casa-grande" e se instalou ali mesmo. A noite foi maravilhosa, segundo ele e mamãe
Parte interna da cabana
Essa cabana à beira de um outro açude funcionava como uma espécie de tijupá. Foi nela mesmo que eu e Luiz ficamos numa das visitas à fazenda
Luiz armando nossas redes na varanda da nossa choupana. Desde que a vi, falei que me hospedaria nela
Parte da cozinha da choupana. Quando precisávamos de água, buscávamos no açude bem em frente. Cristiane arrumou a choupana carinhosamente para nos receber, com uma decoração típica das casas sertanejas
Coloquei umas cadeiras de macarrão na porta para receber as visitas. Estava realmente me sentindo em casa
Em uma de nossas inúmeras visitas, Luiz encontrou essa canoa no igarapé próximo à sede da fazenda. Vale ressaltar que estamos postando fotos não de uma única viagem, e sim de várias
Luiz é praticante de canoagem - não consegue ver um remo
Eu e Bia (Beatrice, amiga perdida para São Paulo) passeando de canoa
Isabel, que também estava no passeio, preocupada com o tronco adiante - como iríamos passar? Deitados, é claro
Luiz foi abrindo caminho no meio do mato que cobria a água. Teve gente que viu até jacaré nos espreitando. Claro que foi só loucura
O passeio termina em um dos açudes
Helen e Isabel passeando de canoa no açude em frente à "minha" cabana. Foto de Isabel Medeiros
Farra na Vila Ribeiro, assentamento próximo à fazenda. Foi um Dia de São João bem original - não havia energia elétrica, a iluminação vinha das fogueiras, tudo bem rústico, carro de som alugado tocando forró, barraca vendendo comidinhas típicas dos festejos juninos...
Boi infantil da Vila Ribeiro. Quando terminaram as apresentações, Luiz e Cristiane compraram dois panelões inteiros de mingau de milho, ou munguzá, e ofereceram às crianças e demais participantes das brincadeiras. Além do Boi, as crianças da comunidade apresentaram uma quadrilha
Curtindo um forrozinho pé-de-serra na Vila Ribeiro. Na foto, Isabel e um morador da comunidade. À esquerda, Luiz e Cristiane. Aproveitamos a festa o quanto pudemos. Voltamos pra São Luís de madrugada
Alberto e Cristiane. Aqui, numa viagem que fizemos juntos à Bacabal, para participar do leilão de carneiros e ovelhas de Nélson Frota, conhecido criador maranhense. E foi exatamente aqui que nos aventuramos a formar um plantel, incentivados pelo casal. Mas nossa aventura como criadores foi meteórica, apesar das "aulas" e apoio total de Cristiane e Alberto. Não "entramos no espírito" do agrobusiness. Nosso negócio definitivamente é outro