terça-feira, 17 de maio de 2011

Parque Nacional de Sete Cidades

O estado do Piauí possui sítios arqueológicos impressionantes. Formações rochosas, pinturas rupestres, fósseis e objetos que foram utilizados como armas e/ou utensílios. A prova material da presença de animais pré-históricos e seres humanos da era pré-colombiana no Piauí nos levou a uma dessas maravilhas – o Parque Nacional de Sete Cidades.

Existem lugares que, por mais que se fale sobre eles, não conseguimos imaginar a dimensão do que estamos ouvindo. Assim é Sete Cidades, um monumental conjunto de formações rochosas.

Saindo da cidade de Piripiri (183km de Teresina), pega-se a BR-222 (caminho p/ Fortaleza), são 25km até o parque. As chamadas “cidades” são, na verdade, sete conjuntos de formações rochosas com formas que parecem animais, símbolos e até pessoas – uma delas lembra D. Pedro I, batizada de Cabeça de D. Pedro I. Tem ainda o Arco do Triunfo - um portal de pedra de 18m de altura, o Sítio das Mãos de Seis Dedos, Dedo de Deus, Os Três Reis Magos, Beijo dos Lagartos, Mapa do Brasil, Dragão Chinês, e as Pedras do Elefante, do Camelo, da Tartaruga, do Cachorro, da Cobra, de Nossa Senhora, do Falo (órgão sexual masculino), do Segredo (órgão sexual feminino), dentre muitas outras. Todas esculpidas pela erosão e pela força dos ventos e das chuvas. Em uma das cidades encontramos um paredão de bromélias belíssimo. Enfim, todo o lugar é impressionante.

Muitas lendas povoam o imaginário popular em torno da "cidade encantada". De civilização destruída pelo fogo do céu, à cidade de fenícios, ou vikings, ou dos tupis. Esse mundo feito de pedras também excita a imaginação de ufólogos. Enfim, o que não falta em Sete Cidades, além de pedras, são histórias.

Na Segunda Cidade encontramos um mirante, onde pudemos ter uma vista parcial da imensidão do parque. E o Sítio da Pedra do Americano, onde está a maior concentração de pinturas rupestres, que podem ser vistas em várias das cidades. Indescritível. As inscrições datam de 5.000 a 7.000 anos.

Não dá para conhecer Sete Cidades sem protetor solar, chapéu e óculos escuros. O famoso calor do Piauí parece que nasceu ali. Por isso, ficamos por mais tempo onde encontramos, para nossa surpresa, uma cachoeira de água mineral bem friazinha, deliciosa. O acesso se dá por meio de uma escadaria com 76 degraus.

Dentro do parque tem ainda o Centro de Visitantes, onde recebemos informações e orientações sobre as "cidades" através de vídeo. Os visitantes fazem todo o trajeto no próprio carro em companhia de um guia credenciado, contratado no próprio Centro. Também há souvenirs à venda. Dentre as "lembrancinhas" locais, podemos obter jóias ou bijuterias feitas de opala - o município de Pedro II (51km) é a única região de garimpo de opala das Américas.

Nos hospedamos no Parque Hotel Sete Cidades, também dentro do parque, e que possui um igarapé transformado em deliciosa piscina natural. Nada mais providencial naquele calor absurdo. O hotel tem ares de pousada, cercado de natureza exuberante e o atendimento é de primeira. Possui serviço de bar e restaurante e os apartamentos são confortáveis.

A visita ao parque pode ser feita na metade de um dia. Apesar do calor abrasador, conhecer Sete Cidades foi uma experiência fascinante.

Dica:
Parque Hotel Sete Cidades. (086) 3223 2423 / 3223 3366





Pedra da Tartaruga





Pedra do Elefante






Mapa do Brasil. Visto de outro ângulo, "transforma-se" no mapa do Ceará






Um mundo feito de pedras





Vista do mirante





Um verdadeiro oásis em Sete Cidades


Gruta de seu Catirina

Na Quinta Cidade conhecemos a incrível história de seu Catirina, cujo filho sofria de epilepsia no início do século 19. Não suportando a rejeição da população, muda-se com o filho para esta gruta na "cidade encantada", e ali viveram por mais de trinta anos. Seu Catirina tornou-se o curandeiro da região, descobrindo a medicina natural enquanto procurava a cura para a doença do seu filho, "desenganado" pelos médicos e tido como louco. Após a morte do filho, Catirina retorna à cidade e morre meses depois. O túmulo do filho de Catirina, assim como sua extraordinária e comovente história, hoje fazem parte da atração turística local.

Nenhum comentário:

Postar um comentário