Diante da escassez de feriadões em 2013, ficamos aqui na torcida por uma "brecha" qualquer no calendário para pegar a estrada. E
foi o que aconteceu no último dia 12, sábado da Padroeira e das Crianças, e que
se esticou até a terça, dia 15, Dia dos Professores. Destino: matar saudade de Santo
Amaro, no coração dos Lençóis Maranhenses.
Tivemos o privilégio de conhecer Santo Amaro há
exatos 10 anos (ver postagem Santo Amaro, marcador Lençóis Maranhenses). Viagem inesquecível, deixamos a bucólica cidadezinha prometendo
voltar. Apenas não imaginávamos que demoraria tanto!
Mas valeu a pena. Hoje a (ainda) pacata Santo Amaro
(aproximadamente 243 km de São Luís) possui algumas pousadas e vários carros de
frete para fazermos os passeios. Algumas ruas foram calçadas com bloquetes e a igreja matriz está sendo reformada e aumentada. Existem
também alguns poucos restaurantes, bem rústicos, que servem comidinha caseira e
maravilhosa. O acesso é por trilha (somente trator e carro 4X4 com motorista experiente
- muita areia e água; veículo sem snorkel não chega lá no período de chuva).
Mas se você não possui carro traçado, não tem nenhum problema - as Toyotas
Bandeirante são as estrelas da região.
Santo Amaro é destino para quem curte turismo de
aventura e ecoturismo, tranquilidade e simplicidade. Não se ouve buzinas,
barulho de motos, e nem mesmo aquele calor de lascar, característico de
praticamente 99% dos municípios maranhenses, você encontra por lá. Até o clima
contribui para transformar a cidade em local quase obrigatório para quem quiser
conhecer ou retornar à região dos Lençóis. Não tem a estrutura turística de
Barreirinhas, cidade considerada o portal de entrada dos Lençóis Maranhenses.
Mas em compensação, também não vemos em Santo Amaro aquela multidão de pessoas,
carros e outros veículos barulhentos, som nas alturas, guias turísticos
"te atacando" na rua, dentre outros itens tão comuns em pequenas
cidades que foram abruptamente transformadas em destino turístico, e "incharam" de forma desordenada.
Veja as fotos. Você vai ter uma noção do
que estamos falando.
Dicas:
Como chegar - saindo de São Luís, BR-135 até Bacabeira,
pegar a MA-110 até Morros, e a MA-402 (Translitorânea) até o povoado Sangue (KM
101 - existem placas de identificação nos povoados), onde as toyotas ficam
aguardando os passageiros. Dali em diante, são mais 36 km de trilha até Santo
Amaro (mais ou menos duas horas de viagem). Outra opção: o povoado Rosarinho, 6
km antes do Sangue, também é ponto de apoio e parada das toyotas, sendo que a
trilha é um pouco mais leve e uns 30 minutos menor que a outra. Você pode
deixar seu carro no Sangue ou em Rosarinho, pagando uma taxa de 15,00. As
toyotas saem de manhã cedo, entre 6 e 7 horas. Outra opção: contratar uma das inúmeras agências em São Luís,
que disponibilizam vans ou microônibus que te pegam na porta de casa, e te
transferem no ponto de apoio pra uma toyota previamente contratada pela
própria agência. Simples e prático.
Se você estiver de carro próprio (tração 4X4, é claro), preferir encarar a trilha e estiver equipado com rádio PY, coloque na frequência do Jipe Clube de São Luís - 162.710. Santo Amaro possui uma rádio-base com alcance em toda aquela região.
Se você estiver de carro próprio (tração 4X4, é claro), preferir encarar a trilha e estiver equipado com rádio PY, coloque na frequência do Jipe Clube de São Luís - 162.710. Santo Amaro possui uma rádio-base com alcance em toda aquela região.
Pousada Solar das Gaivotas. Rua Oswaldo Cruz,
33, centro. Contato: Bertoldo (proprietário). (98) 3369 1064 / 8833 7644.
Diária casal 140,00. O "quintal" da pousada é o rio Alegre.
Guia turístico - Fernando. (98) 9609 2210. Além de
muito atencioso e simpático, conhece todas as trilhas que levam aos passeios, e
dirige qualquer veículo com segurança. Recomendamos. E agendando antecipadamente, Fernando pode encontrar você no Sangue ou em Rosarinho, dirigir seu carro até Santo Amaro ou, como fizemos, guiar você até lá.
Restaurante Beira-Rio (Santo Amaro). Obviamente
na beira do rio Alegre. O melhor capão ao molho pardo que comemos na vida.
Aliás, tudo muito delicioso. Inclusive o cafezinho de cortesia depois da soneca.
Contato: Sílvia. (98) 8879 7020.
Restaurante da Chagas (Betânia). Local de apoio
para quem visita o povoado. (98) 8835 5762. Nossa sugestão: cabrito ao leite de
coco. Probleminha: falta de concorrência. Na condição de único local para acolher os visitantes, os preços estão entrando na categoria "abusivos".
O ideal é ligar antes para os restaurantes e
encomendar a comida. Assim você não precisa esperar tanto. Como já dissemos, é
tudo muito simples, bem doméstico. São os proprietários e seus filhos e filhas que cuidam de
tudo, fazem a comida e servem as mesas.
Ainda em Rosarinho, nosso guia Fernando baixando os pneus para enfrentarmos a trilha
Chegada na casa de Enise, nossa anfitriã. Por coincidência, encontramos em Rosarinho os amigos Bertoldo e Ana, donos da pousada Solar das Gaivotas. Passamos o dia juntos
Enise é adorável e divertidíssima. "Pau pra toda obra", nos acompanhou em todos os passeios, mostrando tudo e contando as histórias da cidade
Restaurante Beira Rio
Preferimos ficar nessa palhocinha, mais próximo da água cristalina do rio Alegre
Tirar uma soneca após um banquete de capão ao molho pardo - não tem preço!
Rio Alegre
A temperatura da água é muito agradável, nem dá vontade de sair. A água é cristalina, e o fundo é de areia branca e fina. Poluição por aqui, só na TV
Descanso mais que merecido
Para nossa surpresa, a simpaticíssima Sílvia, dona do restaurante e também quem prepara a comida, apareceu com um café fresquinho depois do cochilo. Ajudinha para espantar a inevitável preguiça
A mulherada aproveita quando o sol ameniza para lavar as roupas
Em frente à pousada Solar das Gaivotas. À noite, Bertoldo providenciou uma fogueira
Mamãe e Enise
Bertoldo e Ana, namorando em frente à pousada
Os fundos da pousada, na beira do rio
Vista da varanda da pousada
Providencial macarronada. Brilhante ideia de Bertoldo
O rio Alegre banha toda aquela região. Agora, estamos no povoado Espigão
Lá vem Luiz, descendo a "ladeira"
Olha a gente ali embaixo...
No Espigão não existem bares ou restaurantes. O ideal é levar o "rancho"
Povoado Betânia. A distância entre os dois povoados é de 6 km. Todos os acessos para qualquer passeio em Santo Amaro se dá por trilhas de areia e água. Quase chegando no Espigão, a propósito, passamos com água no capô do carro. Como disse meu pai: "isso é uma aventura!"
Rio Alegre na Betânia
Minha mãe. Como ela mesmo brinca: "a cara da riqueza"
Vidão!! Direito de todos os professores
Papai e seu inseparável whisky
Nessas bianas atravessamos para o outro lado do rio, onde está localizada a lagoa de Betânia
Mammy em seu habitat - adora banho de rio, lagoa, cachoeira...
Transporte mais comum na região dos Grandes Lençóis. Utilizamos quando fomos ao povoado de Travosa, também pertencente ao município de Santo Amaro (ver postagem Primeira Cruz / Travosa)
Restaurante da Chagas, na Betânia
Mas gosta de uma rede...
Deixando Betânia
Como dissemos, a trilha é de areia, mas encontramos também alguns trechos de rio e córregos
No domingo fomos curtir um pouco da bucólica noite de Santo Amaro
Alguns flashes da cidade. Aqui, em frente ao mercado comprando peixe para fazer na brasa na beira do rio
Há 10 anos, não havia calçamento na cidade. Hoje, várias ruas receberam bloquetes
Igreja erguida em honra a Santo Amaro. Fica ao lado da casa de Enise. A igreja matriz da cidade, localizada na praça central, está em obras
A maioria das ruas continua de areia fofa
É preciso verificar os trechos onde o carro pode atravessar o rio. Existem partes bem fundas. Na época da chuva, inclusive, carro só atravessa de balsa
Crianças se jogando das árvores
Quando perceberam que estavam sendo observadas e fotografadas, capricharam mais ainda
Os donos do restaurante Beira Rio, Sílvia e seu Lita, ladeando Enise
A caminho da lagoa das Andorinhas. Trilha super tranquila
Lagoa das Andorinhas
Dispensa qualquer comentário
E lá vai Enise, esbanjando boa forma
Gatíssima!
Somos nós ali embaixo. Donos da lagoa
Nossas únicas companhias. E há quem não acredite que os nativos criam vacas no meio das dunas
A lua vem aparecendo timidamente...
... enquanto o sol vai se despedindo
O céu de Santo Amaro
Saindo de Santo Amaro, pensando no dia de voltar. Da próxima vez (e desta vez não deixaremos passar tanto tempo), iremos aos pequenos oásis dos Lençóis: Queimada dos Britos, Baixa Grande e adjacências
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