Os Cânyons do Rio São Francisco (Xingó)

Após conhecermos a foz do Rio São Francisco (uma aventura e tanto, já publicada neste blog - marcador Sergipe) passear inúmeras vezes por suas águas entre os estados de Alagoas e Sergipe, visitar cidades históricas ribeirinhas (Penedo, Piranhas, Piaçabuçu), chegou finalmente o tão aguardado momento de fazer um passeio - e que passeio! - pelos seus fantásticos cânyons.

A construção da barragem da Usina Hidrelétrica de Xingó (década de 80) deu origem a um cânyon formado por um lago de 65km de extensão e até 190 metros de profundidade (em alguns trechos), em pleno semi-árido nordestino. Os paredões de granito avermelhado e cinza, contrastando com as águas esverdeadas e cristalinas do Velho Chico, chegam a ter 80 metros de altura. São lindíssimas formações rochosas de aproximadamente 60 milhões de anos. Um visual inesquecível, que pode ser admirado em passeios de catamarãs ou de escuna. Os cânyons do Xingó, como é comumente chamado, é o quinto maior cânyon navegável do mundo.

O principal acesso é a partir da cidade de Canindé do São Francisco (198km de Aracaju). Os passeios náuticos partem diariamente do Restaurante Karranca's e duram em média 3 horas. A parada para o tão esperado banho no Paraíso do Talhado tem duração de 1 hora.  É um banho divino! A visita à Gruta do Talhado é feita de canoa (2,00 por pessoa). Nesse trecho os paredões vão se afunilando e alcançam até 100 metros de altura. Não deixe de fazê-lo. É um espetáculo.

Visitar os cânyons do Rio São Francisco é passeio obrigatório, imperdível e inesquecível.

Dica:

Passeio de catamarã do Restaurante Karranca's: (82) 9986 2038 ou (79) 9972 1320. O catamarã possui serviço de bordo: venda de bebidas e petiscos, guia, duchas para se refrescar durante o passeio. 120,00 o casal (julho/2012). Nas cidades de Aracaju e Canindé do São Francisco (SE) e Piranhas (AL) possuem agências que fazem o passeio. Nós estávamos de carro próprio, portanto, fomos direto ao Karranca's e compramos os bilhetes lá mesmo, na M. TUR.

Os carros particulares, vans e ônibus de turismo ficam estacionados nas proximidades do Restaurante Karranca's

Tiramos algumas fotos do trajeto entre a área de estacionamento e a entrada do Karranca's

O Restaurante Karranca's é o único apoio local. A falta de concorrência deixou os preços pra lá de salgados (uma barrica de sal!)

Nos recusamos a pagar uma pequena fortuna por um simples almoço. Pedimos apenas um petisco (também caro, mas não tanto) para não ficar com fome no passeio. Até então, não sabíamos que era vendido lanche (inclusive churrasquinho) bem mais em conta no catamarã

Chegada do catamarã, lotado, para buscar o próximo grupo, o nosso, com um número mais reduzido de pessoas

O catamarã navega ao som da boa música nordestina, como Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Dominguinhos e, é claro, Luiz Gonzaga. Muito baião e forrozinho pé-de-serra animam a viagem. Muita gente dança o passeio inteiro. CD à venda por 5,00. O guia, de vez em quando, faz um intervalo na música para dar informações sobre o rio, as formações rochosas, acontecimentos históricos da região, a formação do cânyon...

E começa o passeio. À nossa frente se desnudava um labirinto de paredões enormes

A alternância do calor excessivo e baixas temperaturas fez com que algumas formações rochosas ficassem assim, como se tivessem sido "recortadas" ou "encaixadas"

No meio do caminho, um pequeno santuário de São Francisco fincado nas rochas

Nos aproximando do Paraíso do Talhado, local onde paramos para o tão esperado banho. Mas no catamarã tem ducha na proa e na popa, para quem quiser se refrescar durante o passeio

Aqui foram gravadas cenas da novela Cordel Encantado

No Paraíso do Talhado encontramos uma pequena infraestrutura para receber os visitantes, inclusive uma lojinha de souvenirs

Canoas que nos levam à belíssima Gruta do Talhado 

A gruta foi assim batizada porque suas paredes parecem ter sido talhadas à mão

Na gruta, um santuário de São Francisco

Algumas imagens do santo são deixadas como pagamento de promessa

Banho indescritível!!!

Uma pequena área foi cercada como medida de segurança. Mas nós preferimos a liberdade de nadar à vontade, fora do cercado

Tomando uma cachaça deliciosa, vendida no catamarã, em honra ao santo

Se pudesse, ficaria horas

Mas a parada no Paraíso do Talhado dura somente 1 hora. Tempo curtíssimo, infelizmente

Os imensos paredões apresentam diversas formas

Maravilhados, energizados e contrariados por ter que ir embora, tomamos o rumo de volta

Moradores ribeirinhos

Até uma miniatura de Cristo Redentor

Escuna Maria Bonita. Também leva visitantes aos cânyons

E a tarde cai no Velho Chico

De volta em terra firme, satisfeitíssimos, prometendo voltar a esse paraíso no meio da caatinga

Antes da barragem, a região era castigada pela seca. Podemos perceber por todo o entorno das águas do São Francisco que a vegetação de caatinga se impõe

Não poderia faltar a imagem de São Francisco

Usina Hidrelétrica do Xingó e suas 6 turbinas, que garantem energia para boa parte da região nordeste

Monumento ao cangaço. Daqui dá pra ver as imensas turbinas da usina

Prainha Beira-Rio. Deve ser tudo de bom. Infelizmente a noite estava nos calcanhares da gente, não deu pra aproveitar. A Prainha conta com serviço de bares que servem bebidas e petiscos

Na entrada que nos leva à Hidrelétrica do Xingó, uma homenagem a Lampião, Maria Bonita e Zé Leobino, o vaqueiro nacional, representando o homem sertanejo

A caminho de Piranhas (AL), uma última foto do vale. Última dessa visita, é claro.