Cantada em verso e prosa por inúmeros cantadores (inclusive Gonzagão), tema de inúmeros cordéis, e visitada por um sem número de pessoas vindas de inúmeros lugares do Brasil, a feira da cidade pernambucana de Caruaru é considerada a maior feira livre da América Latina.
A cidade de Caruaru, conhecida como "Capital do Agreste", "Capital do Forró", "Princesa do Agreste", dentre outros títulos, é considerada o maior pólo comercial da região. Cidade natal de personalidades como Mestre Vitalino, que projetou Caruaru para o mundo, Austregésilo de Athayde, dentre muitos outros escritores, artesãos, poetas e músicos, a cidade também é reconhecida como um celeiro de artistas. Diante disso, poderíamos até pensar que a feira de Caruaru é um reflexo do desenvolvimento econômico e sociocultural da cidade. Engana-se quem pensa assim. Na verdade, a cidade nasceu e se desenvolveu a partir da feira, que surgiu há mais de 200 anos.
E como se costuma dizer por lá: "aqui tem de tudo". E tem de tudo mesmo. São mais de 400.000 metros quadrados de comércio dos mais variados produtos. Tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a Feira de Caruaru é, hoje, Patrimônio Imaterial Brasileiro.
São várias "feiras" contidas numa só: existe a Feira das Frutas e Verduras, a Feira das Raízes e Ervas Medicinais, a Feira do Troca-Troca (onde nada se vende, tudo se troca após muita pechincha - achamos que só existia em Teresina), a Feira de Flores e Plantas Ornamentais, a Feira do Couro, a Feira de Confecções Populares / Feira de Roupas, a feira de Bolos, Goma e Doces, a Feira de Ferragens, a Feira das Galinhas, a Feira do Fumo, a Feira dos Importados, a Feira do Artesanato, a Feira da Sulanca e a Feira do Gado.
Cegos tocam sanfona, violeiros e
cantadores lançam seus desafios, cantadores de cordel contam as proezas dos
cangaceiros e improvisam versos, conjuntos musicais
e bandas de pífanos também são encontrados no meio da feira, aos sábados. Uma mistura
de comércio, cultura e arte em celebração à cultura nordestina.
E como não poderia ficar de fora, existem barracas e restaurantes vendendo comida típica, é claro. Queijo coalho, queijo manteiga preparado com as raspas do tacho (de comer rezando - compramos quilos), manteiga de garrafa, rapadura, molhos de pimenta variados... uma infinidade tão grande de produtos que não dá pra enumerar.
E como não poderia ficar de fora, existem barracas e restaurantes vendendo comida típica, é claro. Queijo coalho, queijo manteiga preparado com as raspas do tacho (de comer rezando - compramos quilos), manteiga de garrafa, rapadura, molhos de pimenta variados... uma infinidade tão grande de produtos que não dá pra enumerar.
O baião de Onildo Almeida
(compositor local), imortalizado por Luiz
Gonzaga (e que lhe rendeu seu primeiro disco de ouro),
é um resumo interessante do que é a feira de Caruaru.
O compositor identificou os produtos vendidos na feira que terminavam com “u” para criar rimas
com Caruaru.
A feira de Caruaru
Faz gosto a gente vê
De tudo o que há no mundo
Nela tem pra vendê
Na feira de Caruaru
Tem massa de mandioca
Batata assada, tem ovo cru
Banana, laranja, manga
Batata, doce, queijo e caju
Cenoura, jabuticaba
Guiné, galinha, pato e peru
Tem bode, carneiro, porco
Se duvidá... inté cururu
Tem cesto, balaio, corda
Tamanco, gréia, tem cuêi-tatu
Tem fumo, tem tabaqueiro
Feito de chifre de boi zebu
Caneco acuvitêro
Penêra boa e mé de uruçú
Tem carça de arvorada
Que é pra matuto não andá nú
Tem rede, tem balieira
Mode minino caçá nambu
Maxixe, cebola verde
Tomate, cuento, couve e chuchu
Armoço feito nas torda
Pirão mixido que nem angú
Mubia de tamburête
Feita do tronco do mulungú
Tem loiça, tem ferro véio
Sorvete de raspa que faz jaú
Gelada, cardo de cana
Fruta de paima e mandacaru
Bunecos de Vitalino
Que são cunhecidos inté do sul
De tudo o que há no mundo
Tem na feira de Caruaru
A feira de Caruaru
Faz gosto a gente vê
De tudo o que há no mundo
Nela tem pra vendê
Na feira de Caruaru
Tem massa de mandioca
Batata assada, tem ovo cru
Banana, laranja, manga
Batata, doce, queijo e caju
Cenoura, jabuticaba
Guiné, galinha, pato e peru
Tem bode, carneiro, porco
Se duvidá... inté cururu
Tem cesto, balaio, corda
Tamanco, gréia, tem cuêi-tatu
Tem fumo, tem tabaqueiro
Feito de chifre de boi zebu
Caneco acuvitêro
Penêra boa e mé de uruçú
Tem carça de arvorada
Que é pra matuto não andá nú
Tem rede, tem balieira
Mode minino caçá nambu
Maxixe, cebola verde
Tomate, cuento, couve e chuchu
Armoço feito nas torda
Pirão mixido que nem angú
Mubia de tamburête
Feita do tronco do mulungú
Tem loiça, tem ferro véio
Sorvete de raspa que faz jaú
Gelada, cardo de cana
Fruta de paima e mandacaru
Bunecos de Vitalino
Que são cunhecidos inté do sul
De tudo o que há no mundo
Tem na feira de Caruaru
Passamos o dia inteiro na feira. Quando não podíamos mais carregar tanto bagulho, levávamos tudo até o carro, e voltávamos para recomeçar as compras
Nem pensar em visitar a feira de Caruaru e não saborear a tradicional buchada de bode - vísceras de bode servidas picadinhas e muito bem temperadas dentro do bucho costurado do animal. Ver Nossos Vídeos
Realmente a Feira de Caruaru é um lugar único. E fazer pequenos intervalos da caminhada para tomar uma cervejinha e aliviar o cansaço... faz parte do programa