sexta-feira, 6 de abril de 2012

Chapada Diamantina parte II - Palmeiras / Vale do Capão

Localizada no coração da Bahia, a Chapada Diamantina é formada por um extenso planalto que possui picos de até 2.030m, o que favorece a formação de grandes cânions e vales. A vegetação é bem diversificada, com florestas de planície, campos rupestres, agrestes e caatingas. Com o término da mineração e a criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina, o turismo tornou-se uma nova fonte de desenvolvimento para a região.

Como dissemos anteriormente, estamos postando nossa aventura pela Chapada por cidade. Ainda hospedados em Lençóis, visitamos as atrações de Palmeiras. Definimos dois "pousos" - Lençóis e Andaraí, que possuem estrutura de hospedagem-maravilha (leia-se: baratinha e confortável).

A cidade de Palmeiras possui vários vestígios de grupos pré-históricos (pinturas), passagens indígenas, comunidades quilombolas, além de influências de movimentos alternativos (Vale do Capão). Assim como Lençóis, Mucugê e Andaraí, também preserva sua arquitetura histórica da época áurea do Ciclo do Diamante.

No Vale do Capão tivemos o privilégio de conhecer a Cachoeira da Fumaça, uma impressionante queda d’água que nos oferece um espetáculo fascinante: a água cai de uma altura tão grande que se espalha como uma fina neblina, antes de chegar ao chão, sendo trazida de volta pela força do vento. E por falar em espetáculo, é aqui onde está localizado o Morro do Pai Inácio, considerado o cartão postal da Chapada Diamantina (inclusive já foi cenário de abertura de novela (A Indomada, Rede Globo). No Vale encontramos excelentes opções de rios e cachoeiras, trilhas p/ trekking, muita paz e tranquilidade (local de comunidades alternativas e místicas – é também chamado de Vale Encantado).

A vila de Caeté-Açú, hoje, é conhecida como Capão. O esgotamento dos diamantes mergulhou o Vale do Capão numa longa recessão. A partir dos anos 80, a chegada de novos moradores que estavam à procura de uma vida mais natural conseguiu recuperar o vale. Hoje, a presença de pequenas e médias pousadas que preservam o ambiente rural e atividades sustentáveis, como apicultura, agricultura orgânica e terapias alternativas, fazem a economia da região.

Definitivamente, a Chapada Diamantina é um local para contemplação, relaxamento, consciência ecológica e muita aventura.

 
Avistando o famoso Morro ainda na estrada. Seguindo por esta mesma estrada vemos ao longe outros morros de formatos interessantes, como o Morro do Camelo
Trilha a caminho do Morro do Pai Inácio com nosso guia Célio - gente boa demais, super atencioso e espirituoso
Clássica visão panorâmica da Chapada Diamantina, vista do mirante do Morro do Pai Inácio. A vista é realmente deslumbrante
No topo do Morro encontramos pequenas pocinhas naturais
Estrada cortando o Vale. O carro sobe uma pequena parte da trilha do Morro. O restante (aliás, a maior parte) é feito a pé, sempre subindo. Mas não é uma trilha muito pesada
Estamos a 1.150 metros, num dos pontos de observação mais visitados da região
Espetacular por-do-sol no Pai Inácio


E a lua já despontando, anunciando que a noite teria uma iluminação especial
Dia seguinte, fazendo trekking a caminho da Cachoeira da Fumaça, que está localizada na mesma região. Como é uma caminhada longa e cheia de obstáculos, que requer um certo esforço, não pudemos fazer no mesmo dia do passeio ao Morro do Pai Inácio


Foi quase 1 hora de subida escalando pedras
Depois quase 2 horas andando num gigantesco platô, de onde pudemos ter uma bela visão do "Vale Encantado"

A trilha é lindíssima
Do alto conseguimos ver a pequena vila
Paradinha para descanso rápido. A trilha é maravilhosa, mas dura umas 3 horas. A parte da escalada nas pedras, logo no início, requer preparo físico. Na Chapada precisamos alternar os passeios pesados com uns mais leves, senão ninguém aguenta
Enfim, chegamos ao topo
Belíssima vista do topo do penhasco (ou precipício)

A vista do vale é espetacular

A Cachoeira da Fumaça possui 340 metros de queda livre e 1.500 metros de altitude - é a segunda maior do Brasil
Antes de chegar ao chão a água se espalha como uma fina névoa, parecendo fumaça
Laguinho da Fumaça. O trekking até lá dura 3 dias, com direito a camping nos pontos de apoio
Devido à altura, é expressamente proibido ficar de pé na beira. Pra olharmos a cachoeira precisamos nos deitar, com alguém segurando nossas pernas

Riachinho no platô

A famosa Cachoeira da Fumaça vista de frente

Êxtase



Impressionante - depois de uma trilha pra lá de puxada encontramos um vendedor de pastel de jaca no alto da cachoeira. O estranho pastel é delicioso, feito da jaca ainda verde que, triturada e temperada, fica com gosto de carne. Tanto faz frito ou assado (provamos os dois, claro), o pastel é muito gostoso. Segundo o vendedor, na alta estação ele faz a trilha até duas vezes no mesmo dia.



Existem inúmeras grutas encravadas nas pedras

Esse nos acompanhou feito um guia durante quase todo o percurso
Por-do-sol no Vale do Capão
Caeté-açu, hoje chamada de Capão
Riachinho, pequeno oásis no Vale do Capão, de águas geladinhas para matar o calor das caminhadas




















O corpo parece acostumar com o gelado das águas, e a gente não consegue mais parar de tomar banho