Dentre as infinitas trilhas off road da ilha de São Luís, a do farol da praia do Araçagi (município de Raposa), no período chuvoso, desafiou os jipeiros a ponto de se transformar em ponto de honra conseguir vencê-la. Houve uma ocasião, inclusive, em que tivemos de deixar os carros na trilha e retornar no dia seguinte para resgatá-los com um trator, que também fez o favor de atolar.
E como diz a velha máxima - as imagens valem mais que mil palavras... E essa postagem é para quem gosta de aventura de verdade.
Começamos a trilha turbinando os carros. Na foto, Gabiru, que também é mecânico, com uma garrafa de whisky na boca do reservatório de combustível deste jipe
Nosso percurso iniciou na praia do Araçagi, uma das últimas da cidade de São Luís
Atravessando um pequeno rio que desemboca na praia do Araçagi
Confronto de gigantes? Não, apenas uma forma de desatolar o jipe vermelho
São quilômetros de praia quase deserta, inclusive aos sábados. Já aos domingos a realidade é outra. Mas nunca fica superlotada, como as demais praias de São Luís
Após a praia do Araçagi vem a praia do Mangue Seco, assim batizada por causa do principal acesso, através de um mangue que, na maré cheia, inviabiliza o acesso à praia. Portanto, as pessoas conseguem chegar até a praia somente se o mangue estiver seco O acesso à praia de Mangue Seco (município de Raposa) se dá pela praia (somente 4X4) ou pelo mangue. Na estrada da Raposa, descer à esquerda em frente a uma estátua (na dúvida, é só perguntar – todos sabem informar). Terminando a rua asfaltada, deixa o carro e segue a pé por dentro do mangue (cerca de 10 minutos de caminhada) ou de carro, se não se importar – ambos com a maré baixa, claro
Entramos em alguns terrenos particulares (com prévia permissão) e tivemos acesso à trilha atrás do farol do Araçagi. Logo no início pudemos ver que teríamos muita água pela frente
E lama também. Tudo que um jipeiro gosta
Muita lama MESMO
Em alguns pontos da trilha o terreno parece areia movediça. Aparentemente, a areia parece firme. Mas vai engolindo o carro devagar
Todos os carros atolaram e foram retirados com muito esforço
Foram 9 jipes , 1 samurai e 1 troller que enfrentaram essa provação até chegar ao paraíso que estava à nossa espera
Na metade do caminho, comemorando a travessia na lama
Enfim, o paraíso. Poucas pessoas têm conhecimento desse oásis, entre o farol do Araçagi e o mangue que contorna a praia
Lago de águas claras e limpas, e o fundo é de areia firme
Rodeado de árvores
Só poderia se tornar um convite ao banho
Quase todos os carros chegaram ao destino. Alguns foram deixados no meio do caminho, para serem resgatados na volta
No meio de uma tarde de sábado, depois de tanto sufoco, a ordem era aproveitar
No período de estiagem fizemos alguns piqueniques, com muito churrasco e menos sofrimento. Mas o pessoal gosta mesmo é do período de chuva
Após o merecido banho, voltamos à nossa realidade de jipeiros e fomos resgatar os carros que continuavam atolados, e voltar pra cidade
O jeito era fazer força mesmo, para liberar a passagem
Mas ainda sobra ânimo para brincar na lama. Detalhe: era aniversário de Cláudio (na foto, de camisa)
Realmente tentamos desatolar todos os carros
Mas à medida que desatolávamos uns, outros iam ficando
Até que chegou a noite e todos os carros, sem exceção, eatavam atolados
Pensamos em dormir nos carros, mas algumas pessoas do grupo decidiram caminhar até onde houvesse sinal de celular, e conseguiram ligar para as esposas e amigos, para que viessem nos resgatar no inicio da trilha. Resolvemos abandonar os carros, levando tudo o que tinha de valor, e fomos andando até o asfalto
Voltamos pra casa depois da meia-noite, e acredito que a mais braba das esposas era Jeanne, esposa de Cláudio, que havia preparado uma festa e o aniversariante, juntamente com alguns convidados, não puderam comparecer
No dia seguinte, de manhã cedo, todos voltaram para o resgate dos carros. Tentamos levar o que poderia ser preciso para cumprir nossa missão
Graças a Deus encontramos os carros do jeito que deixamos
O jeito era carregar tudo até onde estavam os últimos carros
E começamos o processo de "desplantar" os carros. Começamos pelos carros que estavam mais distantes
Alugamos um trator para ajudar na operação, mas como ele atolou logo no inicio da trilha, o jeito foi realmente fazer muita força
Até os macacos hi lift deram problema - era muita lama
Trouxemos também outros carros que possuíam guincho, que aliás trabalharam bastante
O trabalho foi duro mas conseguimos desatolar todos os carros. Passamos o dia todo fazendo força, das 7:00 da manhã às 4:00 da tarde
Teve carro que voltou rebocado - faz parte
Na volta, ainda enfrentamos alguns trechos com lama, mas deu pra passar com certa tranquilidade
Na ânsia de sair logo da trilha, este jipe saiu do rumo e quase tomba
Um bando de engenheiros preparando o salvamento
E acabaram virando o bicho de vez
Felizmente ninguém se feriu. Com pequenos amassados na lataria, resgatamos o carro e seguimos viagem
Continuamos até encontrar o trator atolado
E a situação se inverteu - nós é que desatolamos o trator
Depois de muito esforço dos carros, fizemos o trenzinho (um puxando o outro) e conseguimos desatolar o trator
E pudemos finalmente sair da trilha, com muita fome, cansados, mas felizes (vai entender jipeiro)
Estamos aguardando as chuvas de 2012 para voltar a essa trilha
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